UMA
RAÇA COM 3 MIL ANOS DE HISTÓRIA
Antes de mais nada, é preciso dizer que o Cavalo Árabe
é a mais antiga de todas as raças. É também
o formador de quase todas as raças modernas de cavalos. Durante
séculos, as tribos beduínas do deserto da Arábia
mantiveram intacta sua pureza racial, selecionando os animais para
enfrentar as adversas condições naturais.
Somente
eram utilizados na reprodução aqueles indivíduos
que demonstrassem resistência, coragem, inteligência,
velocidade e caráter, entre outras qualidades.
O
Cavalo Árabe passou então a ser cobiçado por
outros povos, já que reconhecidamente era o meio de locomoção
mais ágil e resistente que existia, auxiliando seus exércitos
nas guerras e nas conquistas de outras terras. Sua inigualável
beleza sempre cativou reis, príncipes e a nobreza européia,
que freqüentemente enviavam seus emissários aos países
árabes para que adquirissem os melhores exemplares que houvessem
por lá.
Embora
existam evidências da presença de cavalos Árabes
trazidos para o Brasil antes do século passado, os primeiros
registros oficiais datam de 1930, quando oito exemplares foram importados
por um pioneiro criador do Rio Grande do Sul (na foto o reprodutor
Kaifá, registrado em 1939). Muito utilizada pelas
Estações de Remonta do Exército e pleo Ministério
da Agricultura durante a década de 50, a raça passou
a ser mais conhecida do grande público durante as primeiras
disputas de Hipismo Rural no país, no final
dos anos 70. Nos anos seguintes, a criação brasileira
foi incorporando a seus plantéis o que existia de melhor
na criação mundial, importando matrizes e reprodutores
de altíssima qualidade e de diversas linhagens de sangue.
Hoje o Brasil possui o quarto maior plantel da raça no mundo
e é internacionalmente considerado como uma das principais
fontes de qualidade.
De
tempramento dócil, o Cavalo Árabe também é
cultuado por ser muito inteligente, ou seja, aprende rapidamente
o que for necessário para cumprir suas tarefas, no esporte,
trabalho ou lazer. Utilizado no trabalho do dia-a-dia
nas fazendas, cumpre com tranquilidade uma dupla jornada diária
de trabalho (outras raças só aguentam uma).
Em toda a sua fascinante história através dos séculos,
o Cavalo Árabe foi utilziado como um cavalo de sela e sempre
foi considerado o melhor deles. Por seus atributos físicos
é capaz de realziar com sucesso todas as atividades equestres
que se tem notícia. De tamanho compacto, é mais rápido
nas manobras; suas narinas dilatadas e seus pulmões de grande
capacidade permitem uma condição invejável,
ligamentos fortes, cascos resistentes e várias outras características
morfológicas dão a ele uma supremacia física
invejável.
POR
QUE O CAVALO ÁRABE É TÃO RESISTENTE?
Muitas de suas atuais características resultam
de sua adaptação à vida no deserto.
Seus olhos são grandes
e salientes, o que alertava os cavalos primitivos sobre
o ataque de predadores. Suas narinas
que se dilatam quando corre proporcionam uma maior captação
de ar e ficam semicerradas quando em repouso, reduzindo
a inalação de poeira; o tamanho e a grande
separação de suas ganachas
proporcionam um melhor espaço para a passagem
de sua desenvolvida traquéia, mais largo que
das outras raças; o carregamento da cabeça
do Cavalo Árabe é mais alto do que qualquer
outra raça, principalmente ao galope, alongando
a traquéia e facilitando
a passagem de ar; o maior número de células
vermelhas encontradas nessa raça
indica que ela utiliza o oxigênio mais eficientemente;
a pele negra e fina por baixo
dos pelos reduz o reflexo do sol, protege das queimaduras
e proporciona uma rápida evaporação
do suor; as veias se dilatam
e afloram da pele e em contato com ar resfriam rapidamente
a corrente sangüínea; o topete
e as crinas geralmente finas, longas e
sedosas protegem a cabeça e o pescoço
da ação direta do sol; a maioria dos cavalos
Árabes possui apenas 5 vértebras
ao invés das seis normais às outras raças,
o que explica o lombo curto e a habilidade em carregar
grandes pesos proporcionalmente maiores ao seu; a protuberância
em cima dos olhos chamada de ‘JIBBAH’
aumenta o tamanho da cavidade nasal, proporcionando
maior capacidade respiratória; finalizando, seus
pulmões são também
proporcionalmente maiores que os das outras raças
conhecidas. |
|
|