A
ligação entre Cuiabá e serra acima (Chapada
dos Guimarães), historicamente se dava por algumas estradas,
que através dos tempos se tornaram conhecidas e usadas
por desbravadores (Bandeirantes) , missões oficiais de
autoridades civis, eclesiáticas e militares , comerciantes,
etc; em viagens para suas propriedades ou para o restante do Brasil
.
Por estas estradas passaram tropas cargueiras dos nossos antepassados
, as mulas carregadas de ouro , dos bandeirantes e garimpeiros
, os carros de boi , as boiadas , os cavaleiros , as missões
religiosas de antigos missionários , os cortejos de casamentos
e a vida do Mato Grosso Histórico (A primeira referência
histórica do uso destas trilhas data de 1672/73 com Antonio
Pires de Campos ) Estradas como a da Serra da Bocaina , Tope de
fita , Quebra gamela, Serra do Manoel Antonio, Trilha do Magessi,
Trilha do Carretão, subida dos três saltos; Quem
se lembra !!!
Tope
de fita – é a mais antiga , foi
a mais utilizada e é também a mais bonita e talvez
a mais difícil para os animais , em grande parte da sua
subida encontra-se vestígios de construções
feitas por escravos , no período colonial ; são
sargetas , muros de arrimo , pontes e calçamento de pedras
espalhadas por toda a trilha . Diz a lenda que o nome “Tope
de Fita” foi dado a esta trilha quando uma princesa que
por ali passava sendo carregada por seus escravos deixou cair
uma fita de seu vestido, e esta ficou presa em um arbusto e por
ali ficou por alguns anos ... Outra lenda que ronda esta subida
é a que diz que tentou-se trazer a imagem de Nossa Senhora
de Santana de Chapada para a então capital Cuiabá
, quanto mais desciam , mais pesada ficava a imagem e mais escravos
eram necessários , até o ponto em que resolveram
desistir e retornar , e então a imagem começou a
ficar cada vez mais leve . O lugar que a Santa queria ficar era
em Chapada mesmo ...
Trilha
do Magessi – Foi construída entre
1819 e 1821 , no governo de Francisco de Paula Magessi Tavares
de Carvalho , o militar nono e último governante do período
colonial , empossado em Cuiabá . Quando se preparava para
ir a Vila Bela da Santíssima Trindade (antiga capital da
Capitania de Mato Grosso) chegam as notícias alarmante
da Malária que se espalhava naquela região ; aconselhado
pelos áulicos recusa-se a seguir para a capital e toma
medidas significativas para os primeiros passos para a mudança
da capital : traz para Cuiabá a junta da fazenda , a casa
de fundição e o desembargo do paço .
Quando no final de 1993 , um grupo de cavaleiros se mobilizou
em Cuiabá , para realizar as Cavalgadas Cuiabá-Chapada
, pela serra da Bocaina e Tope de fita , não poderiam prever
o alcance histórico , turístico , de lazer e ecológico
do evento . Chapada possui um carisma mais que especial e transforma
positivamente tudo que lhe diz respeito .
Eram 57 cavaleiros , e uma equipe de apoio de de aproximadamente
30 pessoas que fizeram o trajeto em 14 horas ; a repercussão
foi das mais positivas a imprensa acompanhou o tempo todo e fez
uma ampla cobertura do evento.
Nos anos seguintes , o clima sempre era de animação
e uma forte motivação histórica , e com o
numero crescente de participantes , decidiu-se fazer a cavalgada
em 2 dias , e dotá-la de uma grande infra estrutura de
suporte , a qual envolvia vários caminhões para
frete dos animais , acampamento com refeições completas
, segurança , estacionamento , shows musicais e culturais
, sanitários químicos , guias , equipe médica
e veterinária , etc.
1994 - 114 cavaleiros – Tope de fita
1995 – 217 cavaleiros – Tope de fita
1996 – 230 cavaleiros – Serra do Manoel Antonio
1997 – 340 cavaleiros – Tope de fita
1998 – 340 cavaleiros – Trilha do carretão
1999 – 462 cavaleiros – Trilha do Magessi
2000 – 807 cavaleiros – Trilha do
Quebra-Gamela
2001 – 550 cavaleiros – Tope de fita
A
partir de 1998 , com a constante procura e o numero crescente
de pessoas interessadas em participar , e a consequente consolidação
do evento , a Comissão organizadora decide realizar duas
empreitadas por ano , e então foi criada a cavalgada “Pelas
serras da Chapada” , que tinha como premissa sair de um
outro ponto distante de Cuiabá e chegar até chapada
pelo outro lado da serra.
1998 – 178 cavaleiros – Haras Santo André /
Subida dos 3 saltos
1999 – 286 cavaleiros – Haras Santo André /
Subida dos 3 saltos
2000 – 386 cavaleiros – Haras Santo André /
Subida dos 3 saltos
2002 – 426 cavaleiros – Lago de Manso
O objetivo destas cavalgadas é levar os seus participantes
a um contato direto e estreito com a natureza , proporcionando
reflexões do quanto é importante preservá-la
para o futuro , e também estreitar o convívio social
e lançar bases para o resgate histórico do que foi
a epopéia dos nossos antepassados na ocupação
deste vasto solo brasileiro ...
Atualmente as Cavalgadas Cuiabá-Chapada e pelas Serras
da Chapada não estão mais sendo realizadas por motivos
alheios a vontade dos organizadores, porém retornarão
em breve, e assim estaremos novamente, cavaleiros de todas as
idades e profissões, pisando em solo rico de história,
abrindo a porta para o passado, buscando os “novos”
antigos caminhos, valorizando o presente com a história
do antigos bandeirantes ...